Sobre a psicopatologia da vida cotidiana
Tema Central Nesta obra, Freud (1901) enfoca o fenômeno do esquecimento temporário de nomes ou seqüência de palavras, lapsos da fala, escrita ou leitura, bem como, equívocos na ação e atos falhos, entre outros, para dar-lhes uma explicação de maior alcance do que a usual, procurando entender estes lapsos da vida cotidiana a partir de um enfoque psíquico.
Idéias Principais O autor acredita que estas situações específicas, nas quais a função psíquica memória se recusa a funcionar, não podem ser consideradas meros acidentes. Para ele o pensamento aparentemente sem sentido e o lapso casual possuem um significado que pode servir para descobrir o funcionamento da mente. Introduz primeiramente os casos em que ocorre esquecimento de nomes próprios, que por uma tentativa de recuperá-los acabamos substituindo por outro errado e reconhecemos de imediato este erro. Considera ele que este processo de tentativa de recuperação do nome é deslocado e nos leva ao erro. “Minha hipótese é que esse deslocamento não está entregue a uma escolha psíquica arbitrária, mas segue vias previsíveis que obedecem a leis.” (p. 19). Desta forma, acredita que o nome perdido e o nome substituto ligam-se de alguma maneira. Freud (1901) prossegue articulando interpretações sobre os mais diversos tipos de esquecimentos, como palavras em língua estrangeira e seqüência de palavras. Atenta para o fato de que a maioria das lembranças da infância estão relacionadas a fatos aparentemente sem importância, ele as denomina de recordações encobridoras. O autor procura entender além dos motivos do esquecimento, o mecanismo que rege este esquecimento. Atenta para o fato de que o esquecimento de nomes é algo contagioso “Numa conversa entre duas pessoas, muitas vezes basta que uma delas mencione ter esquecido tal ou qual nome para que este escape também à memória da outra.” (p. 56). Supõe que os mesmos mecanismos que atuam nos esquecimentos