Sobre a Esquizofrenia
Elkis (2000) afirma que o conceito de esquizofrenia atualmente considerado é fruto de muitas transformações vividas ao longo da história, mais especificamente nos últimos 100 anos, divididos pelo autor em três diferentes períodos: O primeiro marcado por Kraepelin, Bleuler e Schneider, o segundo no qual se deu a expansão dos conceitos e, finalmente o terceiro, dedicado à restrição do mesmo.
A origem do conceito de esquizofrenia é descrita por alguns como uma evolução do conceito de demência precoce, desenvolvido e apresentado por Kraepelin na 4ª edição de seu trabalho, em 1893, fruto de observações à pacientes jovens que, embora acometidos por um certo “enfraquecimento psíquico”, não se tornavam necessariamente dementes. Isto fez com que surgisse a “dicotomia kraepeliniana”, na qual demência precoce e insanidade maníaco-depressiva eram consideradas patologias distintas.
Para ele, o andamento da doença somado ao seu desfecho era o que realmente fornecia subsídios para um diagnóstico fidedigno e não um simples conjunto de sintomas. Descrevera de forma precisa os sintomas que atualmente são considerados critérios diagnósticos à esquizofrenia, além de alterar a definição de duas síndromes características à demência precoce ( “o enfraquecimento das atividades emocionais que formam as molas propulsoras da volição” e “a perda da unidade interna das atividades do intelecto, emoção e volição”) na 8ª edição de seu tratado, o que fora de grande valia para a conceituação desta patologia feita por seu contemporâneo, Bleuler, em 1908. A publicação do conceito desenvolvido por Bleuler antecipou-se à publicação do 8° e último tratado de Kraepelin, de forma que os conceitos de esquizofrenia e de demência precoce coexistiram por alguns anos.
Bleuler, segundo relata Elkis (2000), vira aperfeiçoar o conceito de demência precoce especificamente no que tange à idade de início do quadro, ampliando-a por considerar possível uma manifestação