Resenha escrita sobre o artigo prognóstico da esquizofrenia
O autor introduz na discussão diversos aspectos importantes para a investigação do prognóstico, desde a metodologia, seleção da amostra (cronicidade, geografia), seguimento (retrospectivo, prospectivo ou uma combinação de ambos). Em meio a estas multiplas possibilidades, dois artigos da O.M.S. se destacam como referenciais de estudo, a saber o “International Pilot Study of Schizophrenia” (IPSS) e o “Determinants of Outcome of Severe Mental Disorders” (Dosmed), devido a amplitude e abrangência de suas pesquisas.
Discute, em relação às dimensões de prognóstico, multiplos aspectos passíveis de pesquisa, tais como a psicopatologia propriamente dita, o funcionamento social, utilização de serviços psiquiátricos e mortalidade, todos eles interligados. Destes, destaca-se o ajustamento social e seu prejuízo na esquizofrenia, tão importante que figura como um dos elementos-chave para diagnóstico da própria doença no DSM-IV, com pacientes variando em três grandes grupos, compostos por pacientes que funcionam bem socialmente, outro em nível intermediário e finalmente aquele que apresenta grave incapacitação, variando, conforme De Jong et al mostraram, em linhas hierárquicas partindo de contatos sociais periféricos, como desempenho profissional, em direção a áreas internas de funcionamento, chegando inclusive ao nível do cuidado e cuidado pessoal.
Afirma ainda que um dos aspectos de prognóstico mais encontrados na literatura é o número e duração das internações, devido à sua confiabilidade e fácil obtenção. Em torno de 80% dos pacientes com esquizofrenia são internados ao menos 1 vez ao longo da vida, conforme estimativas. Nos últimos 30 anos porém houve alterações no modelo de cuidados aos pacientes psiquiátricos, modificando o