Sobre a Autoridade
Friedrich Engels
1873
Fonte: The Marxists Internet Archive
Alguns socialistas abrírom, nestes últimos tempos, umha campanha em regra contra aquilo a que chamam o princípio da autoridade. Basta dizer-lhes que este ou aquele acto é autoritário para que o condenem.
Abusam de tal modo desta maneira sumária de proceder que é preciso examinarmos a cousa mais atentamente. Autoridade, no sentido próprio da palavra, quer dizer: imposiçom da vontade de outrem sobre a nossa; e, por outro lado, autoridade supom subordinaçom. Ora, na medida em que estas duas palavras soam mal e que a relaçom que representam é desagradável para a parte subordinada, trata-se de saber se há meio de passar sem elas e se - dado as actuais condiçons da sociedade - poderemos dar à vida um outro estado social no qual essa autoridade nom tenha mais razom de existir e onde, por conseguinte, deva desaparecer. Examinando as condiçons económicas, industriais e agrícolas que estám na base da actual sociedade burguesa, verificamos que tendem a substituir cada vez mais a acçom isolada pola acçom combinada dos indivíduos. A indústria moderna substituiu as pequenas oficinas de produtores isolados polas grandes fábricas e oficinas onde centenas de operários vigiam máquinas complexas movidas polo vapor; os carros e as camionetas nas grandes estradas som suplantados polos comboios nas vias férreas, tal como as pequenas escunas e faluas à vela o fôrom polos barcos a vapor. A própria agricultura caiu pouco a pouco no domínio da máquina e do vapor, os quais substituem lenta, mas inexoravelmente, os pequenos proprietários polos grandes capitalistas que cultivam com a ajuda de operários assalariados grandes superfícies de terrenos. Em todo o lado a acçom independente dos indivíduos é substituída pola acçom combinada, a complicaçom dos processos interdependentes. Mas, quem di acçom combinada, di organizaçom; ora, é possível a organizaçom sem a autoridade?
Suponhamos que umha