sobre a arte de escrever

Sobre a arte de escrever

Respeito à língua é bom
[...] A redação não é o lugar adequado para aprender a escrever. Primeiro porque nela tudo é feito às pressas e ninguém tem muito tempo para ensinar o eu quer que seja a outros. Segundo porque há gente na redação que também não sabe escrever. [...]

Esqueçam. Não há receita
[...] Escrever é um suplício para quem não gosta de escrever. E para quem leva a sério a tarefa. Não acreditem em quem diz o contrário. Paris pode ser uma festa. Escrever não é uma festa. [...]
[...] Dá prazer ler um texto bem escrito. Escrevê-lo não dá prazer. Dá trabalho. [...]
[...] Não existe receita única para se escrever bem. Não existe, se quer, uma receita. [...]
[...] Concisão. Sejam concisos. Digam o que querem dizer com poucas palavras. Ser conciso, porém, não quer dizer ser vago. [...]
[...] Escrevam uma noticia ou uma reportagem como se contassem uma história a um amigo. Toda história tem começo, meio e fim. Notícia e reportagem também. [...]

Sem contra-indicação
[...] Por conhecer poucas palavras acabarei por repeti-las. Por repeti-las, cansarei os leitores. Por cansá-los, eles abandonaram a leitura. Se meu vocabulário é rico, posso variar o uso das palavras e empregá-las com maior correção. Só não devo apelar para palavras reconhecidas ou de uso pouco freqüente. [...]

Sem complicar
[...] Quando comecei a escrever, achava que tudo deveria ser definido pelo escritor. [...]
[...] Tinha de descobrir alguma forma extravagante de dizer isso. Agora percebo que essas coisas são geralmente aborrecimento para o leitor. [...]

Peçam. Não solicitem
[...] Faço-lhes um pedido: não pleiteiem. Quando escreverem não pleiteiem já mais. Ninguém fala normalmente pleiteia algo. A não ser em certos textos de jornais. [...]

Nem que a vaca tussa
[...] Colecionem recortes de jornais antigos nos quais bombeiro eram chamado de “valoroso soldado de fogo”, água de “precioso liquido”, mulher casada de “esposa” e perna de “membro