Hello motto
As décadas de 60 e 70 foram, com certeza, a época em que a maneira de escrevermos sobre arte foi reavaliada. Já vimos como Linda Nochlin e Clement Greenberg apresentam visões do tema completamente diferentes. Está claro que escrever a história da arte é tanto um processo de exclusão quanto de inclusão, e essas escolhas normalmente são feitas segundo o cânone da arte ocidental. Desejo me deter na ideia de exclusão e refletir sobre a omissão, da mesma forma que acontece com as mulheres, dos artistas e da arte de outras culturas ou grupos na história da arte. Como é possível incluir suas obras no campo de investigação?
Talvez eu tenha formulado a pergunta errada. Por exemplo, tanto a arte africana quanto a chinesa têm uma história que remonta a cinco mil anos – muito mais longa do que a arte do Ocidente. As narrativas ocidentais em geral começam com o mundo grego antigo, de modo que, embora sejam feitas referências ao antigo Egito e a períodos anteriores, o foco principal está nos últimos 2.500 anos. Mas por acaso pensamos que a arte da China ou da África possui uma história, da mesma forma que a arte ocidental? Receio que não, como séculos de equívocos sobre a natureza sofisticada da arte africana demonstram – ela é sempre descrita como “primitiva” ou “ingênua”, especialmente em relação a arte canônica. Tendemos a esquecer que o Egito faz parte do continente africano, já que a arte do antigo Egito em geral é discutida a parte. A África subsaariana tem fortes tradições nativas que ainda perduram – a escultura de mulher da Costa do Marfim data do século XIX. E é importante não só reconhecer o fascínio visual da arte africana como também considera-la no seu contexto social e histórico original. Isso nos ajuda a entender mais sobre as maneiras como essa arte foi produzida, usada e recebida. Em outras palavras, precisamos escrever (e pensar) sobre ela de um jeito inteiramente diferente.
A arte da China abarca uma enorme