Sobre lazer, tempo e trabalho na sociedade de consumo
Resumo O presente texto insere-se em uma perspectiva de discussão crítica da Educação Física acerca da temática lazer na expectativa de contribuir para a ampliação da necessária reflexão sobre a importância, características, conseqüências e possibilidades desta temática na sociedade de consumo. Para tanto, optamos pela abordagem dos conceitos de tempo e trabalho na sociedade moderna bem como a relação desta trilogia com o direito de participação das minorias. Estes conceitos são fundamentais para o entendimento dos aspectos caracterizadores do lazer como o aspecto da cultura. Unitermos: Lazer. Tempo e trabalho. Nas últimas décadas, a indústria do entretenimento - sinônimo de lazer para muitos - seduz o consumidor, sugerindo-lhe as sessões adequadas para sua satisfação. Vê-se então a idéia reducionista do lazer sendo alimentada e veiculada pelos meios de comunicação de massa sendo que mal interpretada, a idéia é vendida, na maioria dos casos, como atividade física/esportiva, artística/cultural, recreativa, ao ar livre e/ou em espaços intencionalmente construídos para tais fins, com um grande número de pessoas bonitas e felizes, e uma parafernália de produtos que referenciam, socialmente, a qualidade de tal lazer. Capra (1985) comenta a ação sugestionadora dos meios de comunicação de massa, alertando que a finalidade exclusiva da mídia é o condicionamento do público ao consumo de toda espécie de bem e/ou serviço, dentre os quais destacamos o lazer. Ousando ir além, recorro aqui a Ianni (1999), ao entender que na era da globalização, a mídia representa a articulação entre várias instâncias hegemônicas, assumindo o papel de príncipe eletrônico. O príncipe é o arquétipo que possui a capacidade de construir hegemonias, simultaneamente, a organização, consolidação e desenvolvimento de soberanias. Tipo ideal criado por Maquiavel1 como figura política, pessoa, o príncipe assume em