Sobre epicuro
Ainda jovem, Epicuro se transferiu de Samos para Teos, onde estudou com um discípulo de Demócrito. A mudança para Atenas ocorreu em 323 a. C. Nessa época é que ele deve ter ouvido os ensinamentos de Xenócrates, sucessor de Platão na Academia. Em seguida, viajou provavelmente durante anos, tendo ensinado em Mitilene e Lâmpsaco. Voltou a Atenas só em 306 a. C., quando comprou o seu famoso "jardim". Ali viveu com os amigos e criou a escola que dirigiu até seus últimos dias.
Opondo-se à Academia e ao Liceu, herança platônica e aristotélica que dominava a vida cultural da Grécia de seu tempo, representa, contra o prestígio dessas duas escolas, a busca de uma filosofia prática, essencialmente moral, e que correspondesse às necessidades de seus contemporâneos, para os quais a desagregação da cidade-Estado originava toda uma crise de civilização.
Preocupado com a inadequação dos sistemas filosóficos tradicionais em relação à mudança cultural e política que se processava, Epicuro não propõe uma cultura diferente, mas um novo modo de ver e estar no mundo e de viver a vida.
Retomando contribuições anteriores e, em particular, a de Demócrito, estabeleceu um todo coerente, que tem por objeto central a felicidade do ser humano. Essa felicidade foi mal interpretada pelos seus adversários, que a apresentaram, ao contrário do filósofo, mais como uma exaltação do corpo e dos sentidos que do espírito e sua cultura.
Segundo Epicuro, os maiores obstáculos para a felicidade humana são o temor da morte e o medo da ira divina, mas eles podem ser eliminados graças ao conhecimento da natureza. A ética de Epicuro assegura aos homens que a felicidade é facilmente alcançável, desde que algumas poucas necessidades naturais sejam satisfeitas, pois a felicidade não é outra coisa que a ausência de dor