Sobre as Cavalhadas em Guarapuava

1- A partir da narrativa do tema Cavalhadas em Guarapuava, discorra acerca da concepção de região postulada pelo pesquisador. Leve em conta o referencial da sociologia da ação e suas relações com a criação de região, com os aspectos identitários, com o campo da representação e dos discursos. Dentre as diferenças fundamentais existentes entre os conceitos de Espaço e Região, pode-se auferir que o primeiro trata de uma divisão natural dos limites, enquanto que o segundo é mais profundo e relaciona a questão da significação dada pelo homem, ou seja, as fronteiras seriam criações do homem. Tendo como fundamento o segundo conceito, pode-se ter como elemento formador da região, qualquer objeto ou sujeito que atribua sentido àquele lugar. Como bem afirma Bourdieu, a região está no habitus e em suas manifestações. Com base em tais conceitos é possível analisar a obra Cavalhadas em Guarapuava: História e Morfologia de uma Festa Campeira (1889-1999), do historiador e pesquisador Carlos Eduardo Schipanski. No referido trabalho, o autor apresenta uma análise acerca do importante evento que contribui sobremaneira para a formação da cultura popular de Guarapuava – as Cavalhadas. Tal evento possui fortes características do regionalismo, pois, está fundado em uma forte tradição e tem, dessa forma, o intuito de fazer as novas gerações conhecer a tradição. No âmbito festeiro que se compõem as cavalhadas, tem-se a partir de embates, a marca de territórios culturais os quais se forjam na medida em que a região é dada por meio de lutas simbólicas. E, é exatamente este o contexto das próprias Cavalhadas, ou seja, a luta de diferentes grupos (Mouros e Cristãos) em prol da defesa do território disputado. Com base na sociologia para se pensar o conceito de região, é passível de entendimento que esta seria aquilo que está em disputa naquele momento. Há, dessa maneira, processos em jogo, os quais engendram o conceito de região, fazendo-se necessário o entendimento dos significados