Sistemas de ação preventiva
Por Márcio Abraham e Roberto Shoichi Inagaki
A eficácia de um sistema de gestão, entre outros fatores, depende das ações preventivas. Todos entendem perfeitamente os benefícios trazidos pela prevenção, contudo, no momento de praticar o uso no dia-a-dia das empresas o cenário muda completamente. O grande problema está associado com o momento certo de realizar as ações preventivas. Como sempre é um bom momento, e em qualquer hora pode-se sugerir ações preventivas, as pessoas não sabem ao certo quando identificá-las. É um paradoxo.
Como sempre pode ser feito, quase nunca se faz.
Muitas vezes as empresas se questionam quanto ao número de ações preventivas que devem ser identificadas antes de uma auditoria de certificação. Uma resposta a essa questão poderia ser: "Tantas quantas forem necessárias para que a percepção do cliente melhore em relação ao produto ou serviço recebido". Uma boa parte das pessoas deve ter pensado em uma resposta similar, porém, acreditamos também que esse discurso é mais bonito que a realidade dos fatos. Não é incomum encontrar organizações com um sistema de gestão da qualidade relativamente maduro e que, na véspera de uma auditoria, lista ações preventivas para evidenciar uma prática inexistente. Em resumo, muitas dessas empresas ainda sofrem com os elementos das normas que requerem ações preventivas.
Afinal, por que é tão difícil fazer com que as pessoas pensem preventivamente nas questões da qualidade? Talvez por questões culturais, gerenciais, por valores ou personalidade. Talvez pela interação de todas as anteriores. Nossa opinião é que as ações preventivas não desabrocham em algumas organizações, em grande parte, por problemas gerenciais. Vamos explicar por meio de alguns cenários e, para isso, vamos precisar da sua capacidade de imaginação para que vejam em suas mentes estas cenas
(leia e feche os olhos para focar melhor as cenas):
Cena 1 - Prédio pegando fogo,