v de vingança
Trata-se de uma história sobre a liberdade, especialmente a reivindicação de liberdades individuais suprimidas por um governo totalitário (no caso, uma futurista Inglaterra - mas o futurismo é meramente cronológico, pois toda a ambientação é extremamente atual).
A opressão, derivada de um absurdo recrudescimento de medidas anti-terroristas, surge principalmente por conta de dois fatos: uma guerra que devastou os EUA e um ataque biológico que destruiu três cidades inglesas.
Um partido fascista toma o poder, transformando seu líder carismático em uma espécie de führer (no filme, o cargo é denominado Alto Chancheler). Há campos de concentração com opositores, muçulmanos, gays; e até mesmo cria-se toque de recolher e zonas de quarentena.
"V" é o herói (terrorista/libertário) que pretende mudar esse quadro. Ele se fantasia de Guy Fawkes (que realmente existiu e foi enforcado em 1605 por tentar explodir o parlamento britânico, em protesto contra a opressão da monarquia da época).
O primeiro ato de "V" acontece aos 05/11, exatamente o dia em que Fawkes tentou executar seu plano (esse dia é feriado na Inglaterra, e a molecada inglesa malha o boneco de Fawkes - assim como por aqui malhamos o de Judas, no 'sábado de aleluia').
Mas não se pretende uma simplória revisão da história britânica, tanto menos seria o filme um libelo anticapitalista (como classificou a crítica de cinema da Veja, num momento de extrema infelicidade). É simplesmente a história de um homem que busca derrubar um governo opressor.
Num plano ideológico, o governo totalitário é mais afeito às ditaduras socialistas do que a qualquer regime capitalisa liberal; em que pese o roteiro do filme