sistema social do Krahô
As principais obras que retrata a etnia indígena Krahô têm tendência a generalizar os traços culturais do grupo, identificando-os com os demais povo Timbira. Na medida em que o termo Timbira denomina um conjunto de etnias afiliadas pelo traço linguístico, reporta-se, assim, a uma espécie de “interpretação Timbira” da história Krahô.
Há um estudo temático sobre o sistema sociocultural Krahô, datado de 1984, com o título de A forma Timbira – Estrutura e resistência, em que estão comparadosos sistemas políticos e culturais dos grupos Canela e Krahô. Á parte contribuições, tal percurso produziu uma série de inconveniências, como seria de se esperar, pois foi responsável por lacunas, exigindo o exame das especificidades de cada grupo indígena, levando em consideração sua própria historicidade.
É nessa direção que aporta o conceito antropológico de etnia, em que se configura o espaço da fronteira como lugar constitutivo de criação da identidade e, portanto, campo privilegiado para pensar em diferenças e analogias, conflitos e comunicações. É nesse sentido que aqui se apresenta uma caracterização para a etnia indígena krahô.
Os Krahô se autodenominam Mehin, cuja tradução em português, feita pelos próprios índios, é “nós mesmos” ou “nossa carne”. Dessa forma, antagonizam-se com os Kupen, nome utilizadopara identificar os nãos índios, ou, seguindo a tradução, “os que não são eu” ou “não têm minha carne”. O grupo Krahô compõe, juntamente com os Rankokamekrá e Apanyekrá (Canelas-Maranhão), os Krînkatí (Maranhão), os Kreyé (Maranhão), os Pikobiê (Maranhão) e Parakateyê (Gaviões-Pará), o conjunto de índios Timbiras. Todos, em união com os grupos Apinayê (Tocantins), Kayapó (Pará e Mato Grosso), Akwên (Xavante- MatoGrosso, Xacriabá- Minas Gerais, Xerente- Tocantins) e( Carretão-Goiás), Suyá(Mato Grosso), Kreen-Akarôre(Mato Grosso),Kaingang (São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) e Xokleng (Santa