Trabalho
XIII Reunião de Antropólogos do Norte e Nordeste
04 a 07 de agosto de 2013
Fortaleza-CE
Grupo de Trabalho: Antropologia, Etnografias e Educação.
Educação Superior Indígena e Novas Relações Sociais
Dayane Renata Silva Pereira dayane_ecg@yahoo.com.br Universidade Federal de Goiás
O movimento indígena iniciado nos anos 70 foi marcado por lideranças e representantes de sociedades indígenas de todo o Brasil que passaram a se articular em busca do respeito pela diferença cultural, pelo território e por uma educação diferenciada (FERREIRA, p.95). Esse processo culminou com as conquistas nas conjunturas legais do estado e desde então, vem proporcionando uma realidade diferente para os povos indígenas. Segundo Araújo (2006, p.24), “os direitos dos povos indígenas, hoje fundamentados na Constituição brasileira, foram sendo conquistados e amadurecidos no curso de uma história nem sempre justa ou generosa que, por muito tempo, sequer permitiu aos índios se fazerem ouvir”.
O acesso à educação escolar tem sido uma das bandeiras de luta prioritária dos povos indígenas do Brasil nas últimas décadas. A conquista pelo direito a educação diferenciada e intercultural tem instaurado um novo sistema de relações interétnicas entre povos indígenas e a sociedade nacional. Isto pode ser visto em especial na educação superior, onde a relação intercultural vem transformando os professores índios em canais de comunicação entre a escola, à comunidade e os “brancos”. Isto é, a formação de indígenas no ensino superior contribui na autonomia e liderança desses grupos, que pode ser vista na própria condução dos processos de ensino-aprendizagem, como por exemplo a liberdade para a reformulação dos currículos escolares e a construção de uma escola que atenda as especificidades de cada povo.
Estamos diante do surgimento de um novo paradigma com base no pluralismo cultural (PIMENTEL, 2009). Tal mudança do paradigma na