Sincretismo Religioso
BITTENCOURT, J. M. No Reino dos Pretos Velhos. Rio de Janeiro: Pallas, 1999.
DE LASCIO, E. Candomblé: um caminho para o conhecimento. São Paulo: Cristális Editora e Livraria, 2000.
Sincretismo Religioso
O processo de sincretismo religioso acontece com o contato entre diferenças crenças; para que isso ocorra, é necessária a movimentação de povos, geralmente causada por eventos de larga escala. Se olharmos a religião como parte da cultura do povo, podemos buscar pistas na história. Uma vez que eventos históricos, como guerras, invasões, catástrofes naturais, moldam a sociedade, é possível concluir que eles também tenham influência direta na evolução das crenças religiosas. O sincretismo religioso está introduzido em nossa cultura desde a chegada dos primeiros escravos trazidos da África. E a este povo fora proibida o culto às divindades, isso para os brancos tratava-se de cultos satânicos ou até mesmo bruxaria. Com a proibição dos brancos, os negros acabam perdendo tradições e costumes em questão a religiosidade.
Para fugir das perseguições dos brancos, os negros criaram rituais diferenciados. Eles faziam buracos no solo e dentro deles ofertavam seus assentamentos e oferendas aos deuses, e após os rituais eram enterrados e, portanto, devidamente cobertos com terra e pedra. Esses rituais foram simbolizados várias vezes através das imagens dos santos católicos. Desse modo, eles cantavam suas línguas em torno da imagem, quando na realidade estavam firmando uma corrente de oração e pontos aos Deuses-Orixás.
Na época da escravatura no Brasil, os escravos africanos criaram uma maneira criativa e inteligente de enganar os senhores de Engenho. Invocavam os seus deuses, Oxóssi como São Sebastião, Ogum com São Jorge e Oxalá como Deus, e os negros bantos identificaram Cosme e Damião como os orixás Ibejis em um sincretismo religioso. E fizeram o mesmo com outros santos