Sinais e mediações que anunciam Vida
É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deram um susto... Elas foram de madrugada ao túmulo e não encontraram o corpo de Jesus. Então voltaram dizendo que tinham visto anjos, e estes afirmaram que Jesus está vivo. Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram tudo como as mulheres tinham dito. Mas ninguém viu Jesus. (Lc 24,22-24).
Túmulo vazio... anjos... mulheres...
Foram muitos os sinais e as mediações que nos falaram de VIDA nesses últimos 50 anos, ou seja, após o Concílio Vaticano II.
No Brasil, a Vida Religiosa Apostólica deu passos significativos na opção pelos pobres, sob o impulso do Espírito, animada pelas propostas das Conferências de Medellín e de Puebla, e também pelas orientações da CNBB, CLAR e CRB. A expressão privilegiada da opção pelos pobres foi, sem dúvida, a inserção nos meios populares, mas outras formas também foram sinais proféticos: a presença ativa nas CEBs; a participação nas lutas em defesa dos direitos humanos, sociais e políticos; a busca por melhores condições de vida para os menos favorecidos; o compromisso com a paz e com a justiça socioambiental...
O despertar da consciência histórica e da consciência crítica possibilitou a encarnação na realidade de uma forma nova. Muitos meios e estratégias foram usados neste sentido, incluindo a contribuição de outras ciências. Foi um tempo fecundo de busca, aprofundamento, novas descobertas. A Palavra Deus, ouvida em novo contexto, iluminou todo o processo, e a Teologia da Libertação lhe deu legitimidade.
O caminho percorrido no pós-concílio permitiu à Vida Religiosa Apostólica redescobrir sua vocação missionária. Um deslocamento de eixo que mexeu com toda a constelação de elementos que compõem esse estilo de vida. Houve momentos de grande beleza, esperança e vigor apostólico. Chegamos