Similaridade, conhecimento indutivo e evolução na ciência: uma concepção natural desses problemas.
Erisson José da Silva.
Resumo:
Existe evolução na ciência? Se sim, qual é o caráter dessa evolução? E, por fim, como ela se dá? O presente trabalho pretende apresentar respostas para essas questões a partir do pensamento de Willard Van Orman Quine e da discussão sobre o conhecimento indutivo, apresentado no seu artigo: Espécies Naturais.
I
O conhecimento científico é o conhecimento com o maior grau de credibilidade na atualidade. E isto não acontece por acaso, pois a capacidade de previsibilidade e controle sobre os fenômenos naturais é marca registrada desse tipo de conhecimento. E mesmo com essas incríveis capacidades temos que nos lembrar de uma coisa: o que está na base de todo o conhecimento científico (ao menos de todas as ciências naturais) é a mesma regra que levou pessoas a afirmarem que todos os corvos são pretos, isto é, um raciocínio indutivo. Então, se não podemos confiar na indução feita por aquelas pessoas, por que deveríamos confiar nas induções feitas pelas ciências naturais? E, indo mais além, por que deveríamos confiar em qualquer conhecimento indutivo? É neste sentido que Quine, em seu artigo Espécies Naturais, põem em questão os status de qualquer conhecimento indutivo e é esta crítica que pretendemos analisar aqui e agora.
II
Pois bem, parece ser um fato que as ciências naturais trabalham constantemente com classe de objetos. Para comprovar isto basta lembrar que a biologia produz uma taxonomia dos seres vivos e a física uma classificação dos fenômenos naturais. Contudo, essa taxonomia ou classificação ocorre através de um processo de comparação de um ser vivo com o outro, ou de fenômeno natural com outros, e a partir desse processo é que se chega à conclusão de que determinados seres vivos ou fenômenos são, mais ou menos, similares a uns que a outros. É desse raciocínio que se origina uma classificação ou, simplesmente, uma