Silvino Santin
Silvino Santin*
Preciso fazer um-comentário. Foi um convite da comissão editorial da revista da
ESEF-UFRGS. Um convite muito honroso, ainda que um tanto parecido com o jeito de intimação. De posse do
"convite", fiquei abandonado e assustado diante das vítimas, os textos: Mas afinal, o que é
Educação Física?, do professor
Adroaldo Gaia, e Mas, afinal, o que é Educação Física?: Um exemplo de simplismo intelectual, das professoras Celi
Nelza Zulke Taffarel e Michelli Escobar (os dois textos foram publicados no primeiro número da revista Movimento ESEF/UFRGS). Voltar atrás, impossível. Um só caminho: mergulhar nos textos em busca de inspiração.
Os
mergulhadores dizem que não há nada mais fascinante do que as ambigüidades dos desafios dentro de espaços multidirecionais, onde pode-se andar para cima e para baixo e por todos os lados. Tentei agarrarme a esta máxima com a esperança de poder abrir um caminho neste ambiente onde é possível locomover-se em todas as direções. Tais condições se, de uma parte, abriam o leque das possibilidades, aumentavam, de outra parte, o
IX
grau de responsabilidade empreitada de articular uma leitura sistemática. A ambigüidade apresentava, sem rodeios, suas dúbias faces. Uma, estimulante é tentadora, oferecia um espaço para o aprofundamento de um tema de tumultuada vitalidade, a identidade da educação física. Outra, misteriosa e rigorosa, apontava para a necessidade de não ultrapassar os limites do debate acadêmico. Deveria aprofundar a questão sem destruir as contribuições dos textos.
Estes seriam, apenas, a fonte inspiradora da instalação de uma reflexão que, aqui, deve ser chamada de comentário. O comentário de textos foi uma das grandes tarefas das universidades medievais, ainda que sua prática possa ser observada já nas longínquas escolas de rabinos com a finalidade de interpretar os textos sagrados. Na universidade
medieval,