Silvicultura no rs
Aino V. A. Jacques Professor Titular Aposentado/UFRGS
O Rio Grande do Sul, em grande parte, é ocupado por um ecossistema de pastagens naturais e outras formas de vegetação nativa, denominado Bioma Pampa pelo saudoso José Lutzenberger, pois se trata de um super-ecossistema. Estende-se desde a Patagônia, Uruguai, províncias argentinas de Entre Rios, Corrientes, Misiones, atravessando nossa Campanha, Serra do Sudeste e Depressão Central. Embora pertença ao bioma Mata Atlântica, há razões, do próprio Lutzenberger, para que os Campos de Cima da Serra sejam considerados no bioma Pampa. Pastagens naturais não podem ser vistas somente como fonte de alimento para os herbívoros domesticados. É importante, também, na conservação dos recursos naturais, como água e solo, alimento para a fauna selvagem, centro de origem de um grande número de espécies vegetais (germoplasma cobiçado por outros países), sendo ainda de importância social e econômica para o turismo rural e ecoturismo. A região sul tem na pecuária de corte e cultivo de arroz irrigado as duas principais fontes de riqueza. Entretanto, do ponto de vista econômico, esse recurso fantástico, representado pelas pastagens naturais, é visto como muito aquém da sua real potencialidade. Investigações realizadas em nossas universidades e centros de pesquisa revelam que é possível produzir, no caso da bovinocultura de corte, bem mais que os atuais 60-70 kg de peso vivo por hectare/ano. Somente com ajuste de carga animal (lotação ajustada) pode-se alcançar produtividade de 230 kg/hectare/ano de peso vivo, a custo zero ou a um custo mínimo. E, utilizando todos os recursos tecnológicos disponíveis mais algum aporte de recursos, ultrapassar 1.000 kg de peso vivo/hectare/ano (Nabinger, 2003). É uma questão de mais pesquisas, treinamento de técnicos e produtores, assistência técnica e ainda crédito. Nos últimos tempos, tem havido maior interesse pelo