sicko
Em Sicko – SOS Saúde, o documentarista Michael Moore dá continuidade às suas virulentas e também panfletárias críticas às instituições americanas. Ele ataca, desta feita, o sistema de saúde dos EUA, que, conforme demonstra, expõe a população ao abandono ou à ganância dos planos particulares de saúde. Há uma cena impressionante, captada por câmara de segurança, de uma paciente, que, por não ter dinheiro para pagar o tratamento de que precisava, foi jogada à rua por um hospital não identificado de Los Angeles.
Como para o artista ou para o político, é difícil dizer verdades, Moore falseia situações, como as de Cuba, escamoteia fatos e obscurece outros. Mas, do resultado de tudo, isto é, de verdades e de mentiras, ele extrai um documento final contundente que atinge em cheio a ferida representada pela falta de assistência social aos cidadãos dos EUA, país que, por incrível que pareça, exibe hoje um dos maiores índices de mortalidade infantil do mundo e, no qual, mais de 50 milhões de habitantes não têm acesso a planos de saúde.
De qualquer forma, porém, como destaca Moore ao início do filme, não são mais felizes os americanos que têm acesso aos planos de saúde, que os exploram a mais não poder. É o exemplo dado por um casal que, ao final da vida - porque ele sofreu dois enfartes e, a mulher teve câncer -, perdeu tudo, até mesmo a casa em que criou os quatro filhos. Sem ter para onde ir, o casal foi-se abrigar no exíguo escritório de um dos filhos, tendo de se acomodar em beliche.
Outros depoimentos apresentados demonstram, com exatidão, a sanha dos planos de saúde por lucros, como o de um carpinteiro, acidentado na serra elétrica, que se viu forçado a restaurar apenas o dedo médio, decepado, por 12 mil dólares porque, se restaurasse, da mesma forma, o indicador, também atingido, teria de pagar 60 mil dólares. Com ironia, Moore comenta: Por ser um romântico irremediável, o carpinteiro escolheu o dedo anular em que usa a aliança de