sexualidade e religiao
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Sexualidade e Religião
Antônio Carlos Tanure
As relações amorosas e sexuais juntamente com a miséria e as doenças são as maiores fontes do sofrimento humano. O comportamento sexual é modelado pela cultura. A forma como o ser humano ama e pratica sexo é construída socialmente. Crenças, valores e expectativas determinam a conduta intima de homens e de mulheres.
Até cinco mil anos atrás era ignorada a participação do homem na procriação, supondo-se que a vida pré-natal das crianças começava nas águas, nas pedras, nas arvores ou nas grutas. Começava no coração da terra-mãe, antes de ser introduzida por um sopro no ventre da mãe humana. Na Grécia clássica, o sentimento amoroso mais valorizado era entre os homens, sendo a bravura e o heroísmo o resultado de tal amor.
Na Antiguidade Tardia, entre os séculos III e V, o sexo era algo tão abominado pela Igreja, que o casamento continente (totalmente sem sexo) tornou-se o ideal cristão. Nesta época ainda, milhares de pessoas fugiam para o deserto em busca de pureza e também acreditavam que o martírio de seus corpos contra os desejos sexuais, os livraria “da danação eterna.”
Ainda, durante a Idade Media deu-se um grande passo – do amor unilateral para o amor recíproco. Antes a Igreja ordenava amar unicamente a Deus, portanto até o século XII o amor por outra pessoa era impensável, porque o certo era amar Deus sem exigir nada em troca. Na Renascença foi um período de pura crueldade (séculos XV e XVI). Milhares de mulheres (durante a “caça às bruxas”) foram torturadas e queimadas vivas nas fogueiras, acusadas de feitiçaria, roubo de sêmen de homens adormecidos, de provocar impotência e esterilidade, entre outros malefícios. Moças atraentes eram suspeitas de ter relações sexuais com Satã.
No século XIX (período romântico) valorizava-se a palidez e a decadência física como prova de sensibilidade da alma. O amor no casamento