Sexualidade e libido
A libido é uma energia voltada para a obtenção de prazer, nesse sentido que ela é definida como energia sexual, num sentido amplo. Para a psicanálise, a sexualidade não é vista em seu sentido restrito usual, mas envolve a evolução de todas as ligações afetivas estabelecidas desde o nascimento até a sexualidade genital adulta. Por definição, todo vínculo de prazer é sexual. A libido é a energia afetiva original que sofrerá progressivas organizações durante o desenvolvimento, cada uma das quais suportada por uma organização biológica emergente no período. Uma fase de desenvolvimento consiste na organização da libido, em torno de uma zona erógena, dando uma fantasia básica e uma modalidade de relação de objeto. Fases de desenvolvimento Fase oral – 0 a 2 anos mais ou menos Ao nascimento, a estrutura sensorial mais desenvolvida é a boca. É pela boca que se mobilizará na luta pela preservação do equilíbrio homeostático, que se começará a provar e conhecer o mundo, é pela boca que fará sua primeira e mais importante descoberta afetiva: o seio. Nessa fase, a libido está organizada em torno da zona oral, a modalidade de relação oral é a incorporação, que é um caso particular do mecanismo de introjeção. A criança incorpora o leite e o seio e sente ter a mãe dentro de si. O vínculo inicial pode ser estabelecido. Tudo o que a criança pega é levado a boca: é comendo que ela conhece o mundo e que as identificações podem ser estabelecidas. Freud percebeu que, além da necessidade física de alimentação, a criança sente um grande prazer no ato de mamar em si. Mesmo depois de satisfeita ela continua a chupar a chupeta. Quando dorme, faz movimentos de sucção, aparentando grande prazer. Esse vínculo de prazer em si, independente da sobrevivência física, constituirá a base das futuras ligações afetivas. É a capacidade de formar