Epidemiologia
A EPIDEMIOLOGIA E A ASSISTÊNCIA INTEGRAL À SAÚDE
O uso da epidemiologia nas práticas sanitárias não é novo, mesmo em nosso país. O Estado de São Paulo, por exemplo, já em 1894 criava um sistema de acompanhamento de estatísticas vitais e, a partir dos anos 20 deste século, organizava um sistema de informação referente a doenças de notificação compulsória razoavelmente bem estruturado.
Se, por um lado, o uso da epidemiologia na saúde pública já trilhou em nosso país uma longa trajetória, por outro, deve existir uma preocupação de aprimorar a sua aplicação, adequando-a a uma nova realidade, em que a organização dos serviços de saúde caminha para a descentralização.
Para tanto, é indispensável a delimitação das áreas de aplicação da epidemiologia no Sistema Nacional de Saúde e, em particular, nos serviços locais de saúde. O pressuposto para atingirmos tal objetivo é o desenvolvimento e a implementação de programas de formação e capacitação de epidemiologistas.
Desde meados da década de 80, tem sido amplamente aceita a existência de quatro grandes áreas de aplicação da epidemiologia nos serviços de saúde:
Análise da situação de saúde.
Identificação de perfis e fatores de risco.
Avaliação epidemiológica de serviços.
Vigilância em saúde pública.
Análise da situação de saúde
A análise epidemiológica de indicadores demográficos e de morbi-mortalidade com o objetivo de elaborar os chamados "diagnósticos de saúde" é uma prática antiga em nosso meio.
Por vários motivos, nas últimas décadas essa atividade foi sendo abandonada ou expressivamente reduzida no país, com evidentes prejuízos ao adequado desempenho dos serviços de saúde.
Mais recentemente, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) tem buscado a retomada dessa prática, incentivando a utilização mais ampla da epidemiologia por meio do acompanhamento e análise sistemática da evolução de indicadores demográficos, sociais, econômicos e de saúde,