Sexta-feira, 13 de outubro de 1307
Corria o ano de 1285. A Europa cristã, endividada pelos dispêndios efetuados nas cruzadas ocorridas desde o ano de 1099, acuada pela ameaça islâmica, vivia uma situação ímpar de pobreza, fome e falta de perspectivas. Não que isso fizesse diferença ao cidadão comum: O regime político de todos os países europeus era a Monarquia Absoluta. O sistema econômico era o Feudalismo. Ao vassalo, cabia comer o que lhe sobrasse e obedecer cegamente ao seu senhor. Aos nobres empobrecidos, a submissão ao Monarca, e à este, a obediência ao governo temporal da Igreja Católica.
Desde 1118, por iniciativa de Hughe de Payns e mais oito cavaleiros franceses, com o aval do Rei de Jerusalém, Balduíno II, o leproso, inicia-se uma missão de proteção aos cruzados e peregrinos à Terra Santa.
Foram, por decisão de Balduíno, acomodados ao lado da Mesquita de Al Aqsa, sobre o antigo Templo de Salomão. Este ficou sendo seu quartel-general, porém esta iniciativa iria crescer de forma impressionante, com adesão de cavaleiros de muitas famílias nobres e que chegaria ao ponto de constituir-se em uma rede de fortalezas e monastérios ligando as principais cidades européias à Terra Santa.
Sob a orientação de Bernardo, abade de Clairvoux, (São Bernardo, após sua morte) foram elaborados os regulamentos da nova Ordem religiosa-militar.
Constava ele de três compromissos: pobreza, castidade e obediência. Entre 1129 e 1145, por sucessivas Bulas Papais, a nova Ordem recebe crescentes distinções e honrarias, tornando-se independente de Reinados, Monarcas, e em relação à Igreja Católica, somente devia obediência ao Papa em pessoa. Tributos, a ninguém.
Neste contexto, a Ordem Templária tornou-se uma entidade supranacional, que dispunha da confiança irrestrita, tanto de autoridades religiosas quanto da nobreza. Estes confiavam seus bens à Ordem antes de entregarem-se à Cruzada, cientes de que seu patrimônio seria administrado de forma lisa e que, em caso de