Será a existência do mal no mundo compatível com a existência de Deus?
Vasco Dias Teixeira, Escola Secundária de Paços de Ferreira, Abril de 2012 O problema do mal consiste em explicar como as alegadas qualidades de Deus podem ser compatíveis com o facto inegável de o mal existir. Um deus omnisciente saberia que o mal existe; um Deus poderoso poderia evitar que o mal ocorresse e um Deus sumamente bom não quereria que o mal existisse. Tendo em conta estes três atributos de um Deus, e considerando que, apesar disto tudo, o mal ainda existe, teremos nós boas razões para acreditar na existência de uma entidade divina? Este problema revela-se de grande importância, nomeadamente a todos os teístas, pois é um grande desafio à crença e fé em Deus, tendo levado muitos teístas a abandonarem essa mesma crença ou a reverem os princípios básicos que a sustentam. O objectivo do ensaio é fazer-me analisar todas as crenças assimiladas até hoje, a maior parte acriticamente. Face a este problema, existem duas teses concorrentes: o teísmo, cujos seguidores (teístas) encaram este problema como um desafio a defenderem a sua fé; e o ateísmo, cujos apologistas (ateístas) encaram este problema como a prova absoluta de que Deus não existe. Antes de revelar a minha posição, há que compreender a diferença entre os dois tipos de males: os naturais e os morais. O mal natural tem causas naturais e são exemplos disso as doenças, as enfermidades, as calamidades naturais; já o mal moral possui as suas causas nos seres humanos e consiste no sofrimento infligido por estes últimos, tais como assassinatos, torturas, violações, guerras. Para além disto, é de extrema importância revelar a objecção clássica à existência de Deus – o mais poderoso argumento dos ateístas – que pode ser representado assim: se Deus existisse, então não haveria mal no mundo; o mal existe, logo Deus não existe. Posto isto, em minha opinião, a existência do mal no mundo é perfeitamente compatível com a existência