O problema do mal
Neste trabalho se pretende fazer uma simples reflexão sobre a problematização do mal. Problema este que pode ser encarado de duas perspectivas: a do crente 1, para quem o problema do mal é mais um desafio à fé que professam; e por outro lado o não crente, que busca argumentos contra a existência de Deus.
Será abordado aqui o problema do mal do ponto de vista de ambos, tentarei demonstrar que, o mundo que conhecemos é compatível com Deus. Segundo Lydio
Machado Bandeira de Mello, “o homem é um animal religioso e philófopho”, definem diversos pensadores.”(MELLO, 1935, p.10) Querendo nesta frase dizer que a maioria das pessoas filosofam, pois é comum que na iminência de morte e das misérias do mundo, ao tentar interpretar o drama da existência. E ser religioso porque desde as sociedades mais primitivas que se cultivavam alguma forma de religião, segundo
Batista Mondin. Afirmando o mesmo autor que “o problema do mal é o pai da
PHILOSOPHIA, ou em outros termos, é o problema central da metaphyca.” (MELLO,
1935, p14) Cabendo aqui à preocupação de explicar tais afirmações, onde o que o autor quis de fato afirmar é a respeito dos três grandes problemas gêneses desse tão importante tema que é o mal:
- o problema da existência de Deus;
- o problema da existência e da sobrevivência da alma;
- o problema da liberd ade humana, isto é, do nosso poder sobre o destino.
Questionamentos surgem a todo o momento, desde a antiguidade, sobre morte, dor, sofrimentos. É algo inerente a maioria das pessoas , sendo que é notório que a ideia de livre arbítrio e pecado são grandes causadores de angústi a. Não terei aqui a intenção de defender tal afirmação. Optarei por defender a existência desse mal como algo mantido por estas ideias e dogmas, que é a liberdade de escolha entre bem e mal.
Segundo Platão, o mundo é dual , ou seja, tem dupla realidade. 2
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Atualmente, o censo comum define com “crente” os adeptos das religiões