Serviço social
VALESKA FORTES DE OLIVEIRA (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA).
Resumo A escrita se configura como um dispositivo de formação e autoformação no espaço formativo da educação. Nas pesquisas que temos realizado com professores na formação inicial realizada no espaço da universidade e fora dele operamos com a escrita como uma ferramenta que coloca os sujeitos implicados como “pesquisadores de si”. Nesse sentido, a investigação inicia com um processo de aproximação das representações e dos saberes construídos nas suas trajetórias de vida, e se estende a um processo de autoconhecimento e de autoformação. Tendo como referência dois conceitos operadores, tomados das reflexões de Michel Foucault (1995), o “cuidado de si” e “as tecnologias de si”, trazemos para o território da narrativa, tomando–a como um dispositivo no qual o sujeito, provocado / implicado por um outro, se coloca num processo de experimentação de si. A memória, tomada por nós como trabalho, é acionada no sentido de reconstruir imagens, acontecimentos e experiências produtoras de sentido à pessoa que se dispõe ao exercício da “escrita de si”. Operamos também com a memória– esquecimento de Nietzsche, na produção da narrativa como uma forma de “cuidado de si”. O esquecimento que se configura como necessidade para dar vazão a outras formas de vida. Nos referimos, quando falamos de um sujeito, para além e muito longe de um sujeito unitário, mas próximo de um sujeito que se constitui através de práticas discursivas, práticas essas sempre constituídas pelas redes de poder. Pensando na possibilidade da experiência ética e estética – colocando a vida como “obra de arte” (Nietzsche), a escrita de si é uma experiência na qual o sujeito, a partir de uma máxima: “ocupa–te de ti mesmo”, através de um movimento que o coloca na construção/ desconstrução de acontecimentos, imagens e representações, pode produzir a invenção de si. Palavras-chave: ESCRITA,