Serviço social
Digo: o real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia, escreveu João Guimarães Rosa no seu livro Grande Sertão Veredas. A frase explicita por um dos maiores literários do entendimento acerca do dia-a-dia do brasileiro simples, possibilita servir de contexto para uma análise a respeito do desenvolvimento brasileiro. Verifica-se que na transição do século XX para o século XXI, não são poucas as suposições catastróficas que ostentaram sobre o declínio da ciência, o declínio da história, o declínio da moral, o declínio da ética, o declínio do trabalho, do capitalismo etc. Em princípio exato, os diversos teóricos da sociologia do trabalho assinalam para um processo de acirramento das relações de exploração do capital sobre o trabalho humano, impelindo esta condição ao seu nível mais alto de precarização. Desta forma, as múltiplas atividades tidas em segundo plano, e ate então descartáveis para o Capital, resurgem como fundamental para a conservação e reprodução deste sistema. As relações de trabalho, por meio dos plurais modos de inserção, penetrabilidade e de sobrevivência dentro deste modelo de economia, vem assumindo e elaborando novos mecanismos, ao mesmo instante em que reestabelecem, reproduzem e modificam mecanismos antigos. Em vista disso, modifica-se, também, a realidade, as condições de vida e as relações sociais entre os homens e seus grupos. Com o objetivo de delimitar, explicar e caracterizar estas metamorfoses as Ciências Sociais Aplicadas classificam-nas e instruem categorias elucidativas. No âmago desta série de transformações ocorridas nas relações de trabalho, uma intitulada de Trabalho Informal, surge como um fenômeno central, essencial para o entendimento desta “nova” aparência assumida pelo capitalismo. Ao opoente do que se tem discutido sobre o fim da centralidade do trabalho, o que será apresentado neste estudo é que o modelo de produção capitalista, certamente através de deliberações