Serviço social e voluntariado
Para discorrermos sobre o trabalho voluntário em tempos neoliberais, é adequado que definamos sucintamente trabalho voluntário e neoliberalismo. Segundo a Organização das Nações Unidas, “o voluntário é o jovem ou o adulto que, devido a seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou não, de bem estar social, ou outros campos.”1
O conceito de neoliberalismo é mais complexo, remontando-nos a John Locke e Adam Smith (liberalismo clássico) e Friedrich Hayek2, um dos maiores pensadores do século XX. Para ele, a economia seria demasiadamente complexa para sofrer intervenções oriundas das esferas governamentais, que tendem inevitavelmente a se tornar tiranas.
Originalmente, o trabalho voluntário surgiu embasado no altruísmo e em inquietações religiosas, filosóficas, etc., assumindo o status de profissionalização, no caso do Brasil, na década de 1990, sobretudo sob a forma de ONGs, que se proliferaram dentro do que se denomina Terceiro Setor, em contraposição ao Primeiro (Estado) e ao Segundo (iniciativa privada), consumando-se uma hibridização de funções antes atribuídas ao Estado com recursos humanos provenientes da iniciativa privada.
Ressaltemos que o Terceiro Setor não é um fenômeno recente, mas a sua atuação era mais ligada à área da saúde (Santas Casas, AACD, etc.), aumentando o seu espectro de ação principalmente em áreas em que a atuação estatal era deficitária.
Em um ilustrativo artigo apresentado no IX Congresso Nacional de Educação, a autora mostra que “as fontes documentais utilizadas se constituíram do Relatório sobre o Desenvolvimento Mundial 1997, elaborado pelo Banco Mundial e o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, elaborado pelo Ministério da Administração Federal e da Reforma do Estado e publicado em 1995, bem como outros documentos em forma de leis, parâmetros, referencias, pareceres entre outros