Serviço Social, técnico ou não?
Também é possível afirmar que em nenhum momento o Serviço Social criou ou possuiu instrumental técnico próprio. Ao contrário, por sua condição de receptáculo das Ciências Sociais[3], o elenco utilizado foi recolhido de outras disciplinas profissionais, o que nos permite falar em um processo de adoção do Instrumental técnico. É possível asseverar ainda que o Serviço Social brasileiro, bem como o latino-americano, não apresenta neste período nenhum estudo que, de forma suficiente, aborde esse processo de adoção. Com essa preocupação, nossa pesquisa detectou apenas uma exceção: o livro "Cuestiones Operativas Del Servicio Social", de Herman Kruse. Suas colocações, embora sintéticas, corroboram o que nos foi possível perceber a partir de nosso estudo.
Kruse coloca que quando o Serviço Social se institui como profissão na América Latina se valeu, para sua operacionalização, de dois grupos de técnicas:
Um era o grupo de técnicas assimiladas ao longo dos séculos pela beneficência e assistência social: a entrevista, a visita domiciliar, a ajuda material direta e indireta, o aconselhamento, etc. O outro se constituía das técnicas próprias das três ou quatro disciplinas que mais