Ser professor

A CIDADE: UM UNIVERSO COMPLEXO E CONTRADITÓRIO Refletir sobre a cidade é apaixonante e complexo, envolvente e assustador. Apaixonante, visto que ela constitui um ninho em que é satisfeita a necessidade de aconchego; um abrigo que protege de intempéries; um lugar no qual se constróem identidades individuais e grupais; um ponto de encontro em que relações e saberes têm oportunidades de descobrir caminhos novos e criativos; um lugar de trocas e se satisfação de necessidades. Complexo, pois configura um espaço construído (com tecnologia e inventividade) em que os embates entre o concreto e a natureza são notórios; uma agressão ao meio ambiente, em que a produção de lixo é alarmante, pelas suas proporções e pela incompetência na sua gestão; um lugar em que a poluição do ar, da terra, da água, do silêncio (poluição sonora) e do vazio (poluição visual) são cada vez mais preocupantes; um ambiente em que a polarização e as diferenças sociais se acentuam e contrapõem. Pensar a cidade torna-se assustador, ao se perceber a dimensão dos riscos causados pelo seu crescimento desordenado e dos problemas decorrentes da ação irresponsável do homem quanto à natureza, aos recursos naturais e à vida em sociedade. Assustador pela tendência cada vez maior que as cidades, como no Brasil, têm demonstrado, em relação ao gigantismo e ao descontrole, cujas consequências são a violência, a insegurança, a destruição, o desemprego, a miséria. A cidade é um lugar de contrastes extremos: de oportunidades, especialização, cooperação, desenvolvimento tecnológico, comunicação, mas também de violência, pobreza, sujeira e desespero. Lugar de consumo, luzes, brilho e acesso à saúde, mas também de medo, e de doenças. Espaço de encontro e abandono; otimismo e degradação; planejamento e caos; vida em sociedade e solidão; liberdade e aprisionamento; construção e destruição; amizade e ódio; ajuda e competição; lazer e stress; ilusão e desilusão. Um lugar contraditório. Pela sua