Senso e consciencia moral
(Marilena Chauí) Segundo Marilena Chauí: "Senso e consciência moral dizem respeito a valores, sentimentos, intenções, decisões e ações referidos ao bem e ao mal e ao desejo de felicidade. Dizem respeito às relações que mantemos com os outros e, portanto nascem e existem como parte de nossa vida intersubjetiva." A consciência moral manifesta-se na capacidade de deliberar diante de uma situação e de alternativas fáceis ou difíceis. Cada um de nós tem um jeito de sentir próprio. Dizemos que cada um tem sua subjetividade. Mas existem coisas que tocam mais uns do que outros, e, existem coisas que geram em todos reações muito semelhantes. Estas coisas são chamadas de intersubjetivas. Basicamente, são três os modelos de moralidade: aristocrático, utilitarista e kantiano.
A moral aristocrática visa fazer com que o indivíduo se aproxime, cada vez mais, de um homem ideal e transcendente. Nesse sentido, são morais aristocráticas a moral judaica, baseada no modelo de homem de fé (Abraão), a moral cristã, no amor ao próximo (Jesus), a moral platônica, no ascetismo (filósofo-rei), a moral budista, na eliminação dos desejos (Buda). A felicidade plena é obtida quando o indivíduo realiza o ideal proposto. Quanto mais virtuoso for o indivíduo, maior o seu grau de felicidade. A moral utilitarista caracteriza-se pela ausência do transcendente e de modelos a priori a ser imitados. Todas as ações devem ser medidas pelo bem maior para o maior número. Ao definir o utilitarismo, o filósofo irlandês Francis Hutcheson (1694-1746) assim se expressa: "a melhor ação é