Senso Comum
Este artigo visa entender e explicar a gênese e a transformação da Ideologia como, dentre outros, uma maneira encontrada pelas classes dominantes (nos níveis intelectual e material) de perpetuar seu poder, através de explorações que abrangem várias camadas da sociedade. E, ao mesmo tempo em que se perpetua essa dominação, as classes poderosas fazem com que ela não seja percebida por aqueles que são dominados, gerando, assim, a alienação dos menos favorecidos.
Mais ainda: este trabalho analisa a obra O que é Ideologia? (CHAUÍ, Marilena. O que é ideologia? São Paulo: Brasiliense, 1997.), tendo-a como guia para algumas elucidações.
Estudar o processo da formação ideológica nos vários períodos contidos no texto de Marilena é entender o quão longe o ser humano pode chegar naquilo que diz respeito à busca pelo poder. Conceito fulcral para a análise de um internacionalista.
Conforme aponta o autor clássico das Relações Internacionais (RI), Wight (2002, p. 72, grifo nosso),
Não é possível compreender a política internacional (Wight chama a política internacional – sobretudo no título da sua obra-mor – depolítica do poder) simplesmente em termos de mecânica. As potências (o autor chama de potências os principais Estados soberanos que desempenhar seu papel na política do poder) possuem diferenças qualitativas assim como quantitativas, e sua atração e sua influência não estão exatamente correlacionadas à massa e ao peso que as caracterizam, pois os homens possuem não só territórios, matérias-primas e armas, mas também opiniões e ideologias. É bem verdade que ideologias não prevalecem em relações internacionais, a não ser que estejam associadas ao poder (ainda que todas as ideologias – seja a cristandade, o comunismo ou o nacional-socialismo – tenham passado por um importante período de espera antes de capturarem o poder do estado). Mas é igualmente verdade que o poder varia muito