semiotica
O início da ditadura (1964) também deixa suas marcas na ocupação da Amazônia. Dentro de um discurso nacionalista, os militares pregam a unificação do país. Além disso, é preciso proteger a floresta contra a "internacionalização". Em 1966, o presidente Castelo Branco fala em "Integrar para não Entregar". Também nessa época começam as grandes obras rodoviárias em direção à Amazônia. A Transamazônica é inaugurada em 1972 e, dois anos depois, fica pronta a Belém-Brasília.
Por meio da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), o governo oferece uma série de incentivos aos interessados em produzir na região. Mas segundo o historiador Alfredo Homma, "os subsídios são direcionados aos mais favorecidos". Apesar da onda migratória, praticamente todas as terras ainda pertenciam oficialmente à União e aos Estados.
Anos 1970: O perigo do desmatamento
Após anos de incentivos à produção e à ocupação da Amazônia, os sinais de destruição ficam mais claros. Em 1978, a área desmatada chega a 14 milhões de hectares.
Longe dali, uma descoberta iria influenciar o futuro da Amazônia: em 1974, Frank Rowland e Mario Molina provam que substâncias utilizadas em aerossóis e sistemas de refrigeração destroem a camada de ozônio.
Área desmatada na Amazônia chegou a 14 milhões de hectares em 1978
O assunto ganha repercussão internacional e os desmatamentos nas florestas também passam a ser questionados.
Até então, a discussão ambiental era vista como uma questão "burocrática" ou como de "intimidação por parte daqueles que se sentiam prejudicados", diz Homma. Um novo fenômeno mexe com a vida das pessoas: a venda e a disputa por terras. Torna-se cada vez mais comum o comércio de terras, muitas vezes sem controle ou documentação. Era comum os lotes serem cercados sem o devido controle do governo. Em 1976, o governo faz a primeira regularização de terras na Amazônia. Uma Medida Provisória permitiu a regularização de propriedades de até