semana da arte moderna
3D
Semana da Arte Moderna de 22
São Paulo, 27 de maio de 2014.
A Semana da Arte Moderna, realizada em São Paulo em fevereiro de 1922, teve como objetivo dos organizadores, acima de tudo, a destruição das formas artísticas clássicas na literatura, na música e nas artes plásticas. Paralelamente procuravam implantar a Arte Moderna.
A proposição de uma semana (na verdade, três dias) implicava em uma amostragem da prática modernista. Alugou-se o Teatro Municipal, e nele foram apresentados recitais, conferências, exposições, leituras, entre outros, e em todos eles o público se manifestava com vaias de reprovação (o que ocorreu muito durante a Semana), ou aplausos de satisfação. Sintetizando os acontecimentos da Semana da Arte Moderna, Oswald de Andrade afirma: “Não sabemos o que queremos. Mas sabemos o que não queremos”.
Um momento marcante da Semana ocorreu na segunda noite:
Quando Ronald de Carvalho leu um poema de Manuel Bandeira, pois este não pôde comparecer por motivos de saúde, o público inteiro irrompe em vaias, gritos, patadas, e interrompe a sessão.
Tratava-se do poema “Os Sapos”, com o qual Manuel Bandeira faz uma crítica irônica e corrosiva ao parnasianismo, que ainda dominava o gosto do público (isso explica o porquê das vaias).
Os principais nomes da literatura na Semana de Arte Moderna de 1922 foram:
Mário de Andrade;
Oswald de Andrade;
Graça Aranha;
Ronald de Carvalho;
Menotti del Picchia;
Guilherme de Almeida;
Sérgio Milliett.
Abaixo, segue o polêmico poema de Manuel Bandeira:
Os Sapos
Enfunando os papos,
Saem da penumbra,
Aos pulos, os sapos.
A luz os deslumbra.
Em ronco que aterra,
Berra o sapo-boi:
- "Meu pai foi à guerra!"
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".
O sapo-tanoeiro,
Parnasiano aguado,
Diz: - "Meu cancioneiro
É bem martelado.
Vede como primo
Em comer os hiatos!
Que arte! E nunca rimo
Os