Segurança publica: Uma visão antropológica

Segurança Pública: Uma visão antropológica. De acordo com o autor, por segurança pública entende-se “a estabilização de expectativas positivas especificamente quanto à ordem pública e à vigência da sociabilidade cooperativa”. Para tanto, necessita-se de realização de objetivos em duas esferas relativamente autônomas: a esfera dos fenômenos e a dos sentimentos. A primeira diz respeito aos fatos que acontecem que podem ser reduzidos a números, estatísticas, importando nesta esfera a redução da quantidade de práticas violentas. A segunda esfera diz respeito ao terreno afetivo e intersubjetivo. A importância de ações nessas duas esferas reside no fato de que a percepção de insegurança pela sociedade não é um retrato fiel, exato da insegurança realmente existente. As expectativas, ao levarem a ações e reações antecipadas, influenciam o futuro positiva ou negativamente, (re)pactuando as relações sociais significativas, com o medo e a confiança funcionando como dispositivos reguladores. Daí a relevância de se considerar a dimensão afetiva, subjetiva, simbólica, cultural quando se fala em segurança pública já que é aqui que as expectativas são formadas e transformadas, é aqui que se pode reduzir a sensação de insegurança e do medo. As expectativas não são racionalmente calculadas, pelo contrário, elas estão estritamente relacionadas com a esfera subjetiva, dos sentimentos. Quando o medo prevalece, o cidadão, antecipando a violência e procurando evitá-la, toma atitudes que acabam gerando mais violência. Os preconceitos e os estereótipos se intensificam, agravando as desigualdades, perpetuando o ódio, o medo. O círculo vicioso se retroalimenta, as profecias se autocumprem. Quando se fala em segurança pública é importante, portanto, a estabilização das expectativas positivas de forma que o círculo vicioso dê lugar ao círculo virtuoso, que o medo dê lugar à confiança. É importante, para isso, que a sociedade tenha um real e claro entendimento da