Pobres
Quando o pobre é o “outro”
Andréa Moraes Alves e Myriam Moraes Lins de Barros Março de 2007
O projeto para a realização do curso de extensão Antropologia e Serviço Social foi elaborado a partir de nossas experiências, como antropólogas, no ensino da graduação, da pósgraduação e nas orientações de iniciação científica, de dissertações de mestrado e de teses de doutorado na área de serviço social. Há muito tempo vimos refletindo sobre nossa inserção neste campo e compreendemos que o curso de extensão poderia contribuir para o diálogo entre duas diferentes tradições de ensino, pesquisa e extensão: a antropologia social e o serviço social. Foi neste sentido que procuramos iniciar o curso com panoramas históricos dos dois campos, tanto no Brasil como na Europa e Eua onde ambos têm suas referências de origem. Depois desta introdução, percorremos temas como classe social, desigualdades e diferenças sociais e desembocamos, então, em grandes questões como raça, gênero, violência, política social e família. A participação de professores de ambos os campos e a resposta da turma nas discussões, trazendo as experiências profissionais das assistentes sociais e dos estágios das estudantes revelaram interessantes pontos de reflexão tanto para o diálogo desejado entre antropologia e serviço social quanto para cada um dos interlocutores desta conversa1.
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O título foi uma sugestão de Maria Laura V. C. Cavalcanti após a aula ministrada no curso. Setenta pessoas inscreveram-se no curso: assistentes sociais de diferentes campos profissionais e com tempo variável de atuação profissional e estudantes de graduação e pós-graduação em serviço social.
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O curso de extensão antropologia e serviço social apresentou como uma de suas questões centrais a problemática da divisão de classes na sociedade contemporânea. Esse tema, caro ao serviço social, encontra