Segunda Lição de Tugendhat
Até agora, na discussão sobre o juízo moral, apenas antecipei uma -vaga compreensão preliminar. Precisamos agora, em primeiro lugar, deixar claro o que queremos propriamente dizer com um juízo moral, islo é. qual deve ser o critério de reconhecimento de um tal juízo^ Reconhecer um juízo moral como tal. contudo, ainda não significa compreendê-lo.. A pergunta pelo sentido - ou pela “essência’ - de um juízo moral será o segundo passo desta primeira parte de nossas investigações, na qual apenas esclarecemos o sentido formal de uma morai Com o primeiro passo apenas deve ser assegurado que saibamos de que se está tratando. Posso elucidar como se distinguem estes dois passos num exemplo semelhante ao da pergunta: o que é uma sentença assertórica? Também aqui perguntaremos primeiro por um critério de reconhecimento. O critério de reconhecimento para uma sentença assertórica - diferente do que para uma sentença imperativa - em voga desde Aristóteles, é o fato de ser uma sentença que pode ser verdadeira ou falsa. O segundo passo é então a pergunta, o que significa compreender as sentenças assertóricas identificadas apenas através deste critério. Enunciados morais, nos quais se expressam juízos morais, são um tipo de enunciado. Perguntamos, por conseguinte:ftiando um juízo é moral e quando não o é? Isto sempre deve significar: quando ele é tal a partir da perspectiva de quem julga, portanto: quando ele é entendido como moral? (Para alguém., num dado contexto cultural pode ser moral um juízo que não ê .moral para uma pessoa de um outro contexto cultural). Nisto está colocada desde logo a pergunta: era que reconhecemos uma moral ou em conceito moral? Pode-se compreender “uma moral” como o conjunto de juízos morais de que alguém ou um grupo dispõe. A pergunta, o que é um juízo moral, ou o que é neste sentido uma moral corresponde ao conceito formai de moral do quai falei na lição anterior. Um