liveo veronica

62440 palavras 250 páginas
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Moral e ética
O objetivo deste capitulo e o de apresentar conceitos que sejam uteis para oempreendimento psicologico de compreensao das acoes morais. Para tanto, apresentarei definicoes diferentes e complementares de duas palavras que tem cada vez mais frequentado nossas conversas cotidianas: moral e etica. Peco, portanto, ao leitor, que faca o esforco de, momentaneamente, se despir das definicoes que ele habitualmente atribui aos dois vocabulos, e que aceite meseguir nos meandros de minha argumentacao. Mas por que falar em argumentacao,se se trata apenas de dar definicoes? Nao seria mais simples tao-somente apresenta-las? Nao, porque definir implica fabricar conceitos, e conceitos são criados para responder a perguntas. Acho que foi Edgard Morin que disse que o erro da educacao (em todos os niveis) e o de ensinar as respostas que a filosofia e a ciencia deram, sem deixar claro para os alunos quais eram as perguntasque as motivaram. Nao quero aqui cair em erro parecido e me limitar a dar definicoes sem minimamente demonstrar em que medida sao uteis, ate necessarias, para tratar o tema deste livro, a saber: dimensoes psicologicas da moralidade. Para tanto, comecemos por avaliar um problema central das abordagenspsicologicas da moral (area chamada de psicologia moral): as relacoes entrerazão e afetividade. Sera justamente para tentar lancar luzes sobre tal relação que diferenciar moral e etica sera, penso, proficuo.
RAZÃO E AFETIVIDADE
Seja qual for a formacao de quem le estas linhas, certamente nao ficaraespantado se eu lhe disser que o fenomeno da moralidade recebeu e recebediferentes interpretacoes psicologicas. Havera algum topico sobre o qual estarao de acordo psicologos de diferentes abordagens teoricas? Certamente nao,e esta especie de diaspora conceituai que caracteriza a psicologia, e as chamadas ciencias humanas em geral, e bem conhecida de todos. Alguns chegam a dizer que nao existe Psicologia, mas sim “psicologias”. Tal diversidade e, as vezes,

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