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SENSIBILIDADE E AO ENTENDIMENTO
Afonso de Sousa Cavalcanti*
RESUMO
Filosofar é um exercício necessário para o processo de abertura da pesquisa científica. O ser humano, ao contemplar o eu, o outro e as coisas do mundo, realiza atividades diversas na trajetória histórica da humanidade e pode perceber que seu zóon politikón se afasta definitivamente do estágio primitivo da ignorância. O ato de filosofar potencializa a sensibilidade e o intelecto da pessoa, de forma a transformá-la em profunda observadora de todas as coisas. Na forma de ciência, a Filosofia aguça a sensibilidade e o intelecto para que o sujeito agente perceba todas as coisas numa relação de causa e de efeito. Assim, exercitando seu ser, aquele que filosofa, descobre a relação de causa e efeito através da sensação e da reflexão. O filósofo é um sujeito do mundo, um ser do tempo e do espaço, que pensa e facilita ao outro que com ele dialoga, a melhor possibilidade para o entendimento. O bom uso das várias formas de linguagem faz com que, aquele que faz uso da comunicação, possa transmitir aos outros o seu discurso mental, através de ideias simples ou ideias complexas. Os que são atingidos pelas várias formas de linguagem (oralidade, escrita, pintura, dança, música, escultura, arquitetura e outras formas) recebem as mensagens de forma codificada e elaboram para seu entendimento o conjunto de suas ideias (o conhecimento memorizado). A transformação da pessoa em filósofa passa por vários requisitos: a) perceber-se como ser no mundo; b) reconhecer-se como sujeito ignorante e limitado e que aceita os desafios do poder da ciência em alcançar respostas; c) transformar-se em questionador, mesmo que isto lhe custe buscar o começo de suas indagações; d) aceitar e adentrar os caminhos dos mais difíceis desafios, que o levam a servir a si próprio, aos outros homens e as coisas do mundo (O Todo); e) tornar-se sensível e racional, construindo uma linguagem simples, clara,