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A ética da sociedade brasileira está muito distante da praticada na maioria dos países, especialmente os mais tradicionais e desenvolvidos.
A ética que permeia a nossa sociedade pode ser comparada a noção de extraterrestre. Fala-se muito, mas ninguém vê, é sempre uma história dos outros e não há prática continuada que garanta alguma evidência de que de fato exista. Por que somos assim? Muitas são as causas, mas a mais marcante remonta à formação da sociedade brasileira.
Nossa terra começou a ser povoada com interesses, exclusivamente exploratórios, pelos portugueses. Localizaram aqui degredados, excluídos da sociedade da Península Ibérica. Fomos, na América, o território que mais escravizou os indígenas e, posteriormente, os africanos. E só deixamos, formalmente, a escravidão negra, por ameaças externas, em especial a dos ingleses.
Hodiernamente, somos a oitava economia mundial em termos de PIB. No entanto, mantemos um dos maiores contingentes de excluídos que, perversamente, são obrigados a compartilhar, no mesmo território pátrio, com as maiores contradições entre os que têm tudo e os que nada têm.
Certamente que esta não é a única causa, mas como ética decorre fundamentalmente de valor incorporado pelos sujeitos, ao longo de sua história, não podemos negar que a nossa vai continuar influindo, ainda, por muitas e muitas gerações, que aqui é o espaço da esperteza, do ganho fácil, enfim, daquilo que vulgarmente consagramos como “ lei de gerson”.
É por isso que, quando tentamos nos policiar para comportamentos civilizados ou cidadãos, normalmente quebramos a cara. Experimentem chegar cedo no local de embarque de um transporte coletivo, quer seja ônibus, lotação, táxi, ou mesmo avião, este último que, teoricamente, transporta os mais escolarizados. Se você não estiver vigilante e não for brigão, certamente será passado para trás.
Às vezes, no entanto, somos surpreendidos com reações ilegais, mas que intimamente