Saúde
Embora larvas de diferentes espécies de moscas já tenham sido utilizadas nesta forma de tratamento, a mais utilizada nos dias de hoje são as larvas de Lucilia sericata, muito comum em países do hemisfério norte. No Brasil, as larvas da família Calliphoridae e Muscidae são as mais utilizadas na bioterapia, uma vez que apresentam comportamento biológico similar ao da L. sericata.
Desde os primórdios da civilização o homem busca formas de diminuir a dor e o tempo de cicatrização das feridas. Há séculos já são utilizadas larvas de moscas com o intuito de limpar áreas lesionadas. Há relatos do uso de larvas de moscas em tribos aborígines da Austrália e pelos Maias na América Central. Contudo, foi somente no século XX que estas larvas foram utilizadas na medicina de forma intencional, por William Baer, cirurgião ortopédico no Hospital John Hopkins. Durante a primeira grande guerra, este cirurgião observou que feridas povoadas com larvas de moscas em soldados recolhidos nos campos de batalha apresentavam uma melhora considerável quando comparadas as dos outros soldados, em decorrência do debridamento natural feito pelas larvas.
Este cirurgião obteve bons resultados após aplicação de larvas de moscas em lesões de quatro crianças com osteomielite, em 1927. No entanto, alguns pacientes desenvolveram tétano, fato que fez Baer concluir que há a necessidade de descontaminação das larvas. Após esta conclusão, foram desenvolvidos diversos trabalhos e, John Hopikins, médico cirurgião, desenvolveu uma forma para descontaminação das larvas.
As moscas utilizadas na terapia larval são capturadas na natureza e