Artigo

AS CORRELAÇÕES ENTRE O “DISCURSO EM MANGAS DE CAMISA” DE TOBIAS
BARRETO E A “CRÍTICA DA RAZÃO TUPINIQUIM DE ROBERTO GOMES”.

SILVA, Isaac Pedro da1.

Quero iniciar esse introito falando um pouco sobre o discurso do sergipano Tobias
Barreto de Menezes, membro apaixonado da Escola do Recife – movimento crítico, poético filosófico, sociológico e jurídico – que teve lugar no século XIX, nomeadamente, entre as décadas de 60 e 80, na Faculdade de Direito do Recife. Conta-nos Jadson Tavares que embora Tobias tenha nascido e passado praticamente metade de seus anos de vida em seu
Estado natal, onde deu início aos estudos elementares, cursando inclusive o idioma latim, foi em Recife que adentrou para cursar direito, na Faculdade de Direito do Recife; muito embora tenha antes cursado filosofia no Estado da Bahia em um Seminário. Um detalhe que julgo importante ressaltar é que Tobias Barreto aprendeu o idioma Alemão sozinho, inclusive, lançando várias publicações neste idioma. Em 1861, Tobias fixa residência no município de
Escada, Zona da Mata Sul do Estado de Pernambuco, município movido pelo cultivo da canade-açúcar. Em 1870, engaja-se na política e passa a defender com afinco, o abolicionismo e a
República. Foi nesse cenário que Tobias proferiu o seu discurso denominado “UM
DISCURSO EM MANGAS DE CAMISA”, um eufemismo para falar da informalidade de sua preleção.
O discurso em apreço foi pronunciado numa 2ª reunião realizada por Tobias com alguns munícipes escadenses com o fito de criar o Clube Popular da Escada. Na ocasião, Tobias fala da dificuldade de compreensão do seu discurso por parte daqueles que o ouviam. No entanto, convocada esta segunda assembleia, Tobias Barreto expõe o seu discurso – segundo ele mesmo – de forma simples, numa linguagem que fosse mais acessível ao povo, evitando “a linguagem bordada a ouro”, e então, faz saber quais eram os seus intuitos. Já nas primeiras assertivas, usando inclusive, muita figura de linguagem, Tobias