Saúde
É causada por flagelados do complexo “Leishmania donovani”. Estes protozoários estão adaptados a viver em temperaturas em torno de 37 graus, fato que lhes permite invadir órgãos profundos, depois de terem invadido áreas cutâneas. As espécies desse complexo vivem como amastigotas no interior de células do sistema fagocítico mononuclear, principalmente nas células de Kupffer do fígado e células reticulares e macrófagos do baço, medula óssea e gânglios linfáticos. Dentro das células parasitadas, multiplicam-se por divisão binária, até que o acúmulo grande de amastigotas acabe por destruir cada célula hospedeira, permitindo aos parasitos irem ao meio intersticial, ao plasma, etc. Daí podem ser fagocitados por outros macrófagos e recomeçar o ciclo.
AGENTE TRANSMISSOR
Nas Américas, uma só espécie de flebotomíneo tem importância como vetora do calazar; é a Lutzomya longipalpis. Na Europa, Ásia e África, os transmissores pertencem ao gênero Phlebotomus. Este inseto costuma picar do final da tarde até a madrugada. E tem o hábito de viver no peri-domicílio, ou seja, vive mais em volta da casa. Somente a fêmea do mosquito pica, pois precisa se alimentar de sangue para o desenvolvimento dos ovos.
Os flebotomíneos infectam novos hospedeiros vertebrados mediante inoculação pela picada. A resposta inicial do homem à infecção, no local da picada, é um processo inflamatório com formação de pápula ou nódulo de base dura. Ela pode evoluir para cura ou regredir depois de uma disseminação do parasito. Nem todas as infecções desenvolvem um quadro do tipo visceral , podendo haver uma evolução benigna, assistomática e com cura espontânea. As infecções benignas conferem imunidade.
RESERVATÓRIO
No Brasil, os mais importantes reservatórios são o cão (Canis familiaris), e a raposa (Dusycion vetulus), que agem como mantenedores do ciclo da doença. O homem também pode ser fonte de infecção, principalmente quando o Calazar incide sob a forma de epidemia. Os cães