Saúde pública
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)
Os modelos de desenvolvimento adotados no Brasil, ao longo de sua formação histórica, priorizaram as questões econômicas em detrimento das sociais, tendo como resultado o empobrecimento de parcelas significativas da população, gerando exclusão social e produzindo no meio ambiente um processo de fragmentação e divisão desordenada do espaço territorial.
Essa política reflete-se na organização das ações e práticas de saúde, onde tem como princípio a assistência individual, em lugar da coletiva. Sua lógica é garantir o corpo sadio em condições de produzir.
O movimento da Reforma Sanitária, concebido durante os anos de 1970, contrapõe-se a essa forma de pensar e agir sobre as questões da saúde. A estratégia de romper com o modelo assistencial – que prioriza o atendimento ao indivíduo desvinculado do meio em que está inserido e encontrar um sistema de saúde que atendesse às necessidades da população sem distinção de raça, gênero, faixa etária e renda era o grande desafio para o movimento.
Enfatizar que a Reforma Sanitária é um processo significa compreendê-la como "algo em movimento, criado e recriado a cada momento, dependendo da organização e da disponibilidade coletiva e da situação que se apresenta, por correlação de forças políticas, econômicas, sociais e institucionais”.
Assim pensando, não há condições de se imaginar que de um dia para outro se pudesse afirmar: "Aqui começa a Reforma Sanitária". No caminho, houve lutas, transformações, perdas, ganhos; participação de movimentos de trabalhadores, políticos, estudantes, servidores públicos, empresários e outros atores sociais, compreendendo o poder dessa participação nas definições das políticas públicas de educação, habitação, renda, lazer de uma nação.
O que vai caracterizar, fundamentalmente, as mudanças na política de saúde no período 1980-90 são ter acontecido durante uma profunda crise econômica. O país via-se mergulhado na inflação, na recessão