Saúde Ocupacional
O trabalho se apresenta segundo Rodrigues, Álvaro e Rondina (2006) como sofrimento ocasionado pela permanência do homem em um ambiente que lhe é adverso. Mas porque esse ambiente é adverso? Em seu discurso na Conferencia Geral dos Trabalhadores Metalúrgicos, Dejours (1986) afirma que é o comportamento estereotipado do operário-massa, o qual exclui os desejos do sujeito e o reprime dos comportamentos livres, que leva o indivíduo ao sofrimento mental.
Sendo assim, porque esta permanência em um ambiente adverso é mantida? Freud (1920) afirma que o Princípio da Realidade não se trata do abandono da intenção fundamental de obtenção de prazer, mas sim de suportar o desprazer temporariamente afim de, satisfazer-se num futuro. Define ainda desprazer como, a percepção externa do que é aflitivo em si, ou que excita expectativas desprazerosas no aparelho mental, o qual ele reconhece como um ‘perigo’.
Tendo em mente a causa do sofrimento descrita por Dejours, e a definição freudiana de desprazer pode-se considerar a atividade laborativa como desprazer, ou seja, um desprazer neurótico, tido como uma necessidade que seria prazerosa devido ao gozo que trás, mas que não pode ser sentido como tal devido às privações que proporciona, as quais ocasionam o sofrimento, e por consequência o adoecimento.