Saúde mental
Com relação à diversidade desses estudos, Codo e Jacques (2002) e Codo, Soratto e Vasquez-Menezes (2004) valorizam as diferentes concepções teóricas e metodológicas, pois entendem que cada uma das abordagens, partindo de referenciais teórico-metodológicos distintos e com diferentes níveis de desenvolvimento, trouxeram avanços ao conhecimento sobre SM&T. No entanto, Jacques (2003) faz uma ressalva quanto aos estudos nesta área nos quais, freqüentemente, há uma imprecisão teórica e metodológica, pois se combinam conceitos e técnicas oriundos de fundamentações epistemológicas diferentes, ao invés de se fazer uma articulação entre eles.
Santana (2006) compilou a produção de teses sobre saúde do trabalhador no Brasil e aponta para o fato de que tem havido um crescimento geométrico de pesquisas nessa área, a partir da década de 50, impulsionado pelo aumento dos programas de pós-graduação em saúde pública e coletiva.
Há três aspectos relevantes para o aumento do interesse da Psicologia relacionados à SM&T:
a) aumento crescente de casos de transtornos mentais associados ao trabalho de acordo com a OMS; b) as propostas da VIII Conferência Nacional de Saúde e da 1ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador, consolidadas na Constituição Brasileira de 1988 e na Lei Orgânica da Saúde de 1990, que passaram a valorizar ações profissionais interdisciplinares e; c) mudanças no bojo da Psicologia que permitiram um novo olhar sobre a dimensão do trabalho (Jacques, 2003).
Sato, Lacaz e Bernardo (2004) complementam que, no Brasil, a questão da saúde do trabalhador é uma preocupação recente que passou a vigorar como um direito social garantido por práticas efetuadas pelo SUS. Os informes da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (2004) ressaltam a criação da