Saúde mental do professor
"O professor disserta sobre ponto difícil do programa.
Um aluno dorme,
Cansado das canseiras desta vida.
O professor vai sacudí-lo?
Vai repreendê-lo?
Não.
O Professor baixa a voz,
Com medo de acordá-lo." (Carlos Drummond de Andrade)
Nas últimas décadas a emergência da globalização, acompanhada de uma transição do modelo taylorista de organização do trabalho (organização do trabalho hierarquizada e rígida divisão do trabalho) para o atual modelo flexibilizado (com novas formas de regulação e controle do trabalho, exigindo trabalhadores mais qualificados e polivalentes), acarretou profunda reestruturação produtiva gerando significativas conseqüências para a vida e saúde dos trabalhadores.
Para Kantorski (1997) o contexto de crise das taxas de crescimento mundial somado ao desenvolvimento da microeletrônica e da biotecnologia originou uma forma de reprodução do capital que passa a exigir novas formas de produção e de relações sociais apoiadas na necessidade do trabalhador conservar seu emprego e no desgaste das organizações representantes dos interesses dos trabalhadores.
Rigotto (1998) aponta os reflexos que essas novas formas de produção e de relações sociais têm sobre o mundo do trabalho: exigência de um perfil de funcionário caracterizado pela aquisição permanente de novos conhecimentos, polivalente, com maior iniciativa e criatividade; aumento da produtividade obtido através de uma combinação do maior ritmo de trabalho, redução das pausas para descanso e aumento da carga de responsabilidade dos trabalhadores; controle exercido por chefias sobre os funcionários é substituído por estratégias de gestão que levam à cooperação por parte dos trabalhadores; flexibilização de horários com redução da jornada de trabalho; medo da demissão e a insegurança com relação ao futuro motivando a competitividade e a permanente preocupação com a perda de emprego, e provocando a deterioração das relações humanas no trabalho; tendência de