Saúde do Trabalhador e Psicanálise
Segundo Freud, o primeiro sintoma de que algo vai mal com a pessoa é a dificuldade de ir trabalhar. O sujeito fica tão arrasado no seu sofrimento que aquilo que deveria ser motivo de satisfação e de retorno financeiro para sua subsistência, acaba se tornando algo muito árduo, um sofrimento a mais. A perda da saúde pelo trabalhador não é somente devido às péssimas condições de trabalho, ocorre também pela influência direta das questões econômicas, sociais, psicológicas, dentre tantas outras.
A psicanálise pode contribuir na medida em que percebemos o quanto os conflitos internos das pessoas, até então apenas no inconsciente, interferem na vida profissional e, conseqüentemente, na saúde empresarial.
Freud inicia seu pensamento teórico assumindo que não há nenhuma descontinuidade na vida mental. Ele afirmou que nada ocorre ao acaso e muito menos os processos mentais. Há uma causa para cada pensamento, para cada memória revivida, sentimento ou ação. São inconscientes os processos psíquicos que não podem ser evocados voluntariamente. Quando algo se torna inconsciente não adianta apenas querer que ele deixe de ser inconsciente para tornar-se consciente. Para conseguir isso é preciso usar técnicas especiais, técnicas mais poderosas do que a força de vontade, como por exemplo, a psicanálise.
Psicanálise trabalha o inconsciente, tratando de tornar o homem um “ser” livre e que conhece seus limites, aprendendo a pensar por si mesmo, trabalha suas potencialidades bloqueadas, visando um bem estar pessoal e profissional.
A saúde do trabalhador está vinculada ao resultado de seu histórico de vida, de seus processos psíquicos, das vivências em família, do que ficou gravado em seu inconsciente, das relações interpessoais, do convívio em sociedade e de uma proposta de trabalho que coincida com seus sonhos, suas aspirações para construção do seu projeto de vida.
A pessoa pode até ter excelentes condições intelectuais, mas