Saude
Milton Artur Ruiz **, José Vassallo***, Cármino Antonio de Souza**** Ruiz, M. A et al. Alterações hematológicas em pacientes expostos cronicamente ao benzeno. Rev. Saúde Pública, 27: 145-51, 1993. Foram apresentadas as alterações hematológicas do sangue periférico e da medula óssea em pacientes expostos cronicamente ao benzeno. Foram descritos a biotransformação metabólica e os possíveis mecanismos envolvidos neste tipo de toxicidade. Os dados hematológicos do sangue periférico são mostrados e avaliados em sua importância, sendo a macrocitose e a linfocitopenia sinais precoces de toxicidade ao benzeno. As alterações da medula óssea observadas são demonstradas pelos métodos complementares citológico e histológico. A anormalidade histológica de maior importância foi a hipocelularidade global devida principalmente ao setor granulocítico. Foi observado também aumento do percentual de eosinófilos, de mastócitos e de atipias no setor megacariocítico. Foram observadas alterações de caráter inflamatório e ressaltada a presença de sinais de dismielopoiese. Foram enfatizadas a necessidade da valorização das alterações hematológicas do sangue periférico e a visão critica e global desse importante problema de saúde pública. Descritores: Benzeno, envenenamento. Doenças hematológicas, induzido quimicamente. Exposição ocupacional.
Introdução O benzeno é um hidrocarboneto aromático que apresenta larga e diversificada aplicação industrial. Diversos produtos intermediários derivam do benzeno, sendo os mesmos utilizados como matéria prima ou solvente. A lista da participação do benzeno em atividades industriais é extensa, devendo ser ressaltada a sua participação na indústria siderúrgica e petroquímica, que são, assim, os principais ambientes de risco ocupacional e de exposição ao benzeno12. A ação do benzeno em organismos vivos