SAUDE
Volume 03 / Número 1 – Jun. 2001
A RUPTURA ENTRE O CONHECIMENTO POPULAR E O CIENTÍFICO EM SAÚDE
Márcia Regina Pfuetzenreiter1[1]
NESTE ARTIGO, DISCUTE-SE A UTILIZAÇÃO DE CONHECIMENTOS CIENTIFICOS NA
AREA DE SAUDE PELA POPULAÇÃO, LEVANDO-SE EM CONSIDERAÇÃO OS CANAIS DE
COMUNICAÇÃO ENTRE OS PROFISSIONAIS DE SAUDE E OS PACIENTES. ESSES
CANAIS PODEM FACILITAR OU SE CONSTITUIR EM OBSTACULOS PARA A ADOÇÃO DE
HABITOS E DE ATITUDES EM RELAÇÃO A MEDIDAS PREVENTIVAS E DE PARTICIPAÇÃO
EM TOMADAS DE DECISÃO TANTO INDIVIDUAIS QUANTO COLETIVAS. PARA QUE HAJA
RUPTURA TANTO DESSES OBSTACULOS QUANTO DA DIFICULDADE DO ESPECIALISTA
EM COMPREENDER E DIALOGAR COM SEU PACIENTE, SUGERE-SE QUE OS CURSOS
TRABALHEM COM ESSA QUESTÃO DOS CANAIS DE COMUNICAÇÃO NA FORMAÇÃO E
EDUCAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA AREA.
Palavras-chave: saúde pública; educação em saúde; ciência tecnologia e sociedade
Introdução
O uso de tecnologia está difundido nas práticas médicas. Desde seus primórdios, a medicina tem se valido de instrumentos, métodos e técnicas com o propósito de minimizar ou até eliminar os males que afligem e comprometem a saúde das pessoas. A evolução dos conhecimentos médicos com o uso da tecnologia levou a extremos avanços em determinados aspectos na área da saúde, como procedimentos de emergência, controle de epidemias e saneamento do meio.
Winner (1987) observa que o surgimento e a adoção de uma nova técnica na medicina implicam transformações não apenas na atenção médica, mas também na maneira de pensar das pessoas sobre a enfermidade. Para Postman (1994), a tecnologia tem mudado a prática da medicina, redefinindo o que são os médicos, redirecionando o caminho em que eles devem concentrar sua atenção e reconceitualizando a maneira como vêem os pacientes e a doença. A tecnologia tem o lado positivo de permitir diagnósticos mais velozes e precoces, e tratamentos mais rápidos e seguros. Por outro lado, ocorre redução do